"Love does not consist in gazing at each other, but in looking outward together in the same direction." Antoine de Saint-Exupéry
A nossa vida é feita de relações, elas são parte essencial da nossa existência e vivemos num novelo de ligações com o mundo. Contudo, é premente estudar as relações que mantemos nesse novelo, nessa rede de ligações. Serão positivas e benéficas para mim? Ou serão tóxicas e vivo em apego com elas?
Em primeiro lugar é importante fazer um execício mental e pensar sobre as relações que temos. Quando falo em relações, refiro-me a relações com outras pessoas, mas também com algum bem, com algum sentimento ou com alguma emoção.
Depois é importante perceber se essas relações são ou não positivas, se me fazem bem ou não. Se se tratar de uma relação com outra pessoa, seja, ela uma relação amorosa, com família ou amigos, tenho que tentar perceber o que é que ela traz de bom para a minha vida e o que me traz de menos bom. Muitas vezes gostamos verdadeiramente de uma pessoa, mas percebemos que ela não influencia positivamente a nossa vida, que nos traz negatividade ou nos baixa a auto-estima. Contudo, em função do apego que temos a essa relação, ou a algo positivo que outrora nos deu, insistimos em mantê-la, mesmo percebendo que é toxica para nós.
Dar o passo de desapego de uma relação tóxica é um desafio, um ato de coragem e resiliência. Mas é um passo essencial para o nosso bem estar e saúde mental.
Outro problema da nossa sociedade na manutenção de relações, é que temos dificuldade em dizer "não", por receio da não aceitação ou julgamento.
Se paramos para pensar, tendemos a ter uma relação tóxica com a aceitação ou o julgamento. Vivemos em apego com estas condições. Se trabalharmos esta relação, se eliminarmos da nossa vida a constante alimentação de queremos seguir os padrões do que a sociedade impõe, todas as outras relações irão fluir de forma mais livre, mais reta, sem nós, o novelo começa a desfazer-se, a ficar mais leve, e iremos manter connosco, o que realmente importa, o que realmente nos faz bem e acrescenta valor à nossa vida.
Mantem contigo quem te faz bem, quem te valoriza, quem fica feliz com a tua felicidade, quem aplaude o teu sucesso, quem está lá nos momentos bons e nos momentos menos bons, quem te faz ver o caminho certo e está lá para caminhar contigo, sem julgamento, sem atirar pedras. A essas pessoas costumo chamar "pessoas luz". Só essas relações fazem sentido manter na tua vida. Vais perceber que essas pessoas estão sempre lá quando é realmente importante, mesmo que estejam imenso tempo afastadas(os). Delas não terás julgamento ou cobrança, apenas te darão orientação, apoio, conforto, amizade e amor.
Nunca te esqueças, por mais que tentes seguir os padrões que a sociedade impõe como sendo o bem, o aceite, nunca agradarás a todos. Não vivas com esse objetivo, porque só estarás a desperdiçar o teu tempo, a investir as tuas forças e energias numa batalha perdida. Investe o teu tempo e energias em alimentar, de forma saudável, a relação com as tuas pessoas luz.
Mas o mais importante de tudo é alimentares, sempre, a relação que tens contigo própria(o) e que tende a ficar esquecida. Esta é a mais importante de todas! Aprende a estar contigo própria(o), apenas contigo. Quando atingires um sensação de completo bem estar, paz, quietude, apenas estando contigo, perceberás que, na verdade, tu és a tua própria chave para a felicidade. A felicidade está apenas em ti, não depende de nada externo, porque não podemos controlar o que vem de fora.
"Um dia um discípulo estava indignado com o seu mestre, porque com frequência declarava: "Está bem, está bem." Será que nunca tinha adversidades ou contratempos? Surpreendido, perguntou ao mentor:
- Mas é que tem assim tanta sorte que tudo lhe corre bem? Nunca tem problemas ou vicissitudes? Não percebo porque sempre diz: "está bem, está bem.".
- Sim, tudo está bem.
- Mas como é possível? - perguntou, cético, o discípulo.
E o mestre explicou:
- Porque quando não posso resolver uma situação fora de mim, resolvo-a dentro de mim, mudando a atitude da minha mente. Ninguém pode controlar todas as condições e circunstâncias exteriores, mas podemos aprender a controlar a nossa atitude perante elas. Por isso, meu caro, tudo está bem, tudo está muito bem."
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